Danças urbanas - Hip Hop

MANIFESTAÇÕES CULTURAIS RITMICAS - HIP HOP



A dança de rua tornou-se popular no Estado de São Paulo em meados da década
de 1980. As primeiras manifestações ocorreram na capital paulista, nos arredores de
estações de metrô no centro da cidade. O principal local que agrupava os interessados nessa manifestação sociocultural era a Estação São Bento, devido ao amplo espaço externo ali disponível, no formato de “concha acústica” e com pavimentação em mármore, o que facilitava tanto a acústica para a música rap (sigla para rhythm and poetry – ritmo e poesia) quanto a movimentação no solo para a dança dos b-boys (dançarinos de street dance). Nesse sentido, houve uma rápida
associação entre o movimento hip-hop, cuja origem foi em Nova Iorque, nos EUA, e
sua repercussão inicial em São Paulo e, posteriormente, em todo o Brasil.
O hip-hop surgiu nos Estados Unidos da América no início da década de 1980, após a intensificação da luta dos cidadãos negros daquele país pelos direitos civis desde o final da década de 1960 e por toda a década de 1970, com a criação do Partido dos Panteras Negras.
O aumento da população imigrante proveniente da América Latina e do Caribe foi determinante para a miscigenação cultural nos grandes centros urbanos e regiões metropolitanas, especialmente em Nova Iorque, criando as condições para que o hip-hop se constituísse ali como manifestação sociocultural urbana. Há indícios
de que na Jamaica já havia manifestações semelhantes ao que os mestres de cerimônia (MCs) fazem, para organizar eventos populares com música e discussão política.
O estilo mais conhecido dessa cultura urbana e metropolitana tornou-se sinônimo
da dança de rua na época: o break dance. Há duas interpretações para a nomenclatura, já que break em inglês significa “quebrar” ou “interromper” (fazer um intervalo de tempo). A dança simulava movimentos como se as articulações estivessem “quebradas” e ocorria nos intervalos das apresentações de cantores de rap e disc jockeys (DJs). 
O hip-hop é uma manifestação sociocultural que pode ser compreendida somente no próprio contexto dos grupos interessados no seu processo coletivamente e na história de vida de cada uma dessas pessoas. Atualmente, há grupos interessados também nos produtos derivados do hip-hop e na sua “imagem” para comercialização.
Há quatro principais elementos constituintes do hip-hop: o DJ (disc jockey responsável pela produção musical), o MC (mestre de cerimônia ou apresentador do evento), o b-boy ou a b-girl (break boy/girl, street dancer ou dançarino de rua) e o grafiteiro (interessado na expressão gráfica da cultura urbana). A associação
desses elementos ocorreu pela aproximação dos interesses dos jovens pela música
mais falada que cantada (rappers e também cantores de R&B – rhythm and blues), pela discotecagem e produção de música a partir de fragmentos ou samples (DJs), pela dança (estilos de street dance pelos b-boys), pela organização e produção de eventos (pelos MCs) e pela expressão gráfica com um sentido estético diferenciado (grafite).
Há, ainda, a aproximação de outros grupos
socioculturais ao hip-hop, acrescentando
elementos a essa dinâmica na chamada
“cultura de rua”, por exemplo: os jovens interessados
no street ball (basquete de rua)
ou no uso de skates. Em todos os casos há
destaque para o protagonismo juvenil de
forma muito ampla, pois o movimento foi
criado por jovens como manifestação de um
estilo de vida que confronta certos valores
tradicionais.

B- girl (dançarino de street dance)

DJ ( Disc Jokey)

grafite



MC ( Mestre de cerimônia)

Dentro da cultura Hip Hop, ainda encontramos o RAP...

A expressão RAP provém da língua inglesa, com o sentido de Rhythm And Poetry – traduzindo, Ritmo e Poesia. Este estilo é assim denominado porque mescla um ritmo intenso com rimas poéticas, integrando o cenário cultural conhecido como Hip Hop. Nascido na Jamaica, ele se transformou em produto comercializável entre os norte-americanos.
O Rap desenvolveu-se entre as classes pobres dos EUA, particularmente entre os afro-americanos e os hispânicos, que ansiavam por uma sonoridade que traduzisse seu cotidiano e sua cultura, no início dos anos 70. Na Jamaica, em meados da década de 60, o rap ganhou impulso com o aparecimento de equipamentos sonoros que eram dispostos ao ar livre nos guetos deste país, dando vida às festas produzidas nas ruas jamaicanas.

Rap no Brasil

No Brasil existem diversos estilos derivados do rap.  O Rap é um estilo de música que faz parte do movimento Hip-Hop. No Brasil ele está mais associado em favelas e periferias, principalmente encontramos o Rap na maioria dos estados do Brasil. O estilo em certo tempo foi associado à criminalidade no Brasil, mas com o decorrer dos anos, foi identificado como um estilo forte que associa protesto em forma de música.. O rap também é composto por danças caracterizadas com movimentos rápidos e malabarismos corporais. No Brasil, o rap só vai surgir por volta de 1986, mais propriamente na cidade de São Paulo. Na década de 80, o rap não era bem aceito pelas pessoas em geral, pois era considerado um estilo de música muito violenta e típica da periferia. Somente na década de 90 que vai ganhar força, com as rádios e a indústria fonográfica, que passa a dar mais atenção a este novo estilo de música.
As batalhas de Rappers ou Mcs, são muito famosas atualmente, criando verdadeiros campeonatos com público fiel.



Além das batalhas de rimas (rap), encontramos também a batalha de dança, podendo ser individual ou em grupo. veja o trailler do  filme ' As branquelas" que ocorre a batalha mais fantástica do cinema.





Alguns artistas internacionais utilizam do estilo hip hop, tanto na música quanto no estilo de vida para compartilhar essa tendência. São eles: Bruno Mars, Justin Bieber, Madonna. Segue o vídeo do clipe de Bruno Mars, que além de mostrar na música o estilo hip hop, mostra também no estilo de dança - popping
https://www.youtube.com/watch?v=PMivT7MJ41M


Ainda sobre os elementos do Hip Hop...


No hip-hop, o MC é o responsável pela organização e apresentação do evento: uma batalha entre DJs, um duelo entre rappers, um desafio de b-boys ou um concurso de grafite.
Os DJs são responsáveis pela produção musical; os rappers, pela elaboração das rimas; os b-boys, pelos passos de dança; e os grafiteiros, pela expressão gráfica.

O beat box (caixa de sons) é um termo utilizado para se referir a um rádio de grandes dimensões, também chamado, nesse caso, de boom box, ou aos sons produzidos com o próprio corpo, principalmente com a boca, simulando efeitos sonoros das pick-ups e dos scratches nos discos.

O Beat Boxer mais famoso do Brasil, Fernandinho Beat Box, foi o destaque e abriu a segunda edição do Sarau Suburbano é 10 na Uninove. O auditório Memorial ficou lotado e os alunos aplaudiram de pé o show de Fernandinho Beat Box . 



Há quatro estilos principais de street dance: no breaking, a impressão é de que as articulações estão sendo “quebradas” nos movimentos; no popping, parece que as articulações estão “saltando” em espasmos musculares; no locking, as articulações estão “trancadas”, restringindo os movimentos; e, no freestyle, a improvisação assemelha-se a uma coreografia.

breaking
https://www.youtube.com/watch?v=hkxeIiajTK0

freestyle

locking
https://www.youtube.com/watch?v=GwLLKYxj4PU

popping
https://www.youtube.com/watch?v=HjYvl9ACX7k

Os manos e as minas : coisa do hip-hop ou coisa de paulista ?


A xenofobia é a aversão ao estrangeiro, ao que vem de fora, é um tipo de “bairrismo” e de preconceito de quem vive na região urbana em relação a quem mora no interior e vice--versa, ou de quem mora no litoral em relação ao turista.
No Brasil, parece comum a desvalorização da cultura nacional, como ocorre nos casos de desrespeito e desvalorização da cultura indígena ou dos costumes dos migrantes de outras regiões do país que moram no Estado de São Paulo. O inverso também ocorre: valorizar a cultura nacional sem sequer conhecer manifestações semelhantes de outros países é evitar o conflito de costumes que caracteriza a própria identidade brasileira, repleta de contradições desde a colonização europeia e a escravidão negra.



No caso do hip-hop, a contradição é evidente: não se trata de uma manifestação originalmente brasileira, mas apresenta características próprias no nosso país, como a relação com a embolada e o repente nordestino ou com expressões regionais. O contexto sociocultural parece permanecer: há espaço para a diversão, mas sem a alienação de quem está apenas se divertindo.




“Na real” ou é só imagem?
A expressão em inglês keep it real (que significa “mantenha as coisas como são na realidade”), utilizada na Cultura de Movimento hip-hop, indica a crítica que alguns de seus adeptos fazem ao consumismo e aos modismos associados à imagem comercializada desse elemento cultural.

Reconhecer uma manifestação cultural, é respeitar sua origem, seus valores...é saber conviver com as diferenças. 

Hoje em dia no Brasil e no mundo, o K-POP aparece como uma forma de manifestação cultural coreana que chegou para ficar. Muitos adolescentes se reconhecem nessa versão coreana do hip hop. É um estilo de dança bem parecido com o street dance. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário